sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sinal Fechado





Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é...
(pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...

sábado, 18 de julho de 2009

Se eu for falar da Portela....


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"Menina, a mulher vai embora a gente faz um samba. Amanhã a gente arranja outra mais bonita e faz uma obra prima. É assim"

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- Argemiro, quer dizer que você é sambista? compositor?
- é senhor, fiz algumas coisas..
- então faz um samba aí sobre essa garrafa, agora.
- ô seu Vinicius... eu não posso fazer um samba pra essa garrafa
simplesmente porque eu não sinto nada por essa garrafa.....

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Tinha eu 14 anos de idade
Quando meu pai me chamou
Perguntou se eu não queria
Estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor
Mas a minha aspiração
Era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou
Sambista não tem valor
Nesta terra de doutor
E seu doutor
O meu pai tinha razão
Vejo um samba ser vendido
E o sambista esquecido,
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado
Mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor

Delicadeza.

um viva aos encontros da vida! Alívio... falta arrumar a casa, sim. mas é bom encontrar a paz em uma inesperada companhia. na verdade, eu devia saber. mas é que eu andava pessimista esses ultimos dias. é bom nessas horas saber que existe quem acredite no amor até o fim. sua arte é seu ar. é o que voce põe pra dentro do peito. é lindo ser assim, todo verdade. quem tem razão é quem tem amor. tá certo, vai no fundo, olha no olho. a delicadeza que poucos possuem. "classe média muito alta", irmãozinho. acredita que não tá perdida, não. A revolução, através da arte.
Amor, amor, amor. vai dizer que não é disso que é feita a vida? PAFT. Descobrimos!
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repensei antigos projetos. andei tranquila...
até ensaiei risadas do que passou. e por que não?
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o teatro é uma coisa louca. Mexe com a gente de um jeito inexplicavel. é simples e complexo. é vida... respostas e perguntas. é você. é nosso encontro de quem pisou no palco pela primeira vez juntos e protegidos pelo outro. É orgulho de ver-te assim, seguindo, conseguindo. Vai dar tudo certo. Aqui e aí. sinto orgulho de sermos sim, feitos inteiramente de coração. Emoção. Paixão. Desejo. Amor. Nós sentimos demais. Essa é a pa-ra-da.
te amo, Copacabana.
Feliz por ter você logo ali.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Traço de Giz

As nossas ilusões
São folhas que o vento levou
Nos nossos corações
Depois que a tristeza passou
Sonhos que o amar
Secou, murchou, desfez
Projetos que não voltam outra vez
E as desilusões
Que aos poucos a brisa levou
Foram também momentos bons
Que é a gente é que desperdiçou
Todo dissabor
O tempo ameniza
Só lembrança nunca cicatriza
A ilusão de a gente ser feliz
É como um brilho de verniz
Que dura um tempo e se desfaz
Desilusão se corta na raiz
Não fica nem cicatriz
Nem um traço de giz
Nem um risco fugaz
Mas tem que se fazer o que se quis
Que a vida passa como um triz
Mas pra quem quer tudo é capaz
E é só a lembrança
Do que ficou pra trás
Que tem valor de herança
E nada mais.

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Prerfiro ter muito mais o amor que mata a gente
Que viver de amor ausente
Ou morrer sem mais amar

(Paulo Cesar Pinheiro)


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Até que ponto a culpa é só minha?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Para Uma Avenca Partindo.

Le Baiser de l'Hotel de Ville, Paris, 1950


Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe? Dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas, nem como serão ouvidas. Compreende? Olha, falta muito pouco tempo, e se eu não te disser agora talvez não diga nunca mais... É que a gente tem tanto medo de penetrar naquilo que não sabe se terá coragem de viver... Realmente não sei, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo o que já foi dito, mas eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além das nossas mãos dadas, e mesmo atrás dos silêncios, aqueles silêncios saciados, quando a gente descobria alguma coisa pequena para observar... Por favor, deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente... Daqui a pouco não vai mais ser possível, e se eu não disser tudo não poderei nem dizer e nem fazer mais nada, é preciso que a gente tente de todas as maneiras. Eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa, dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando... Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas... Fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente em nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia desses eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de você partir que me fez descobrir tantas coisas... Escuta, não fecha a janela, está tudo definido aqui dentro, é só uma coisa, espera um pouco mais eu ainda não disse tudo, e a culpa é única e exclusivamente sua, por que você fica sempre me interrompendo e me fazendo suspeitar que você não passa mesmo duma simples avenca! Eu preciso de muito silêncio e de muita concentração para dizer todas as coisas que eu tinha pra te dizer, olha, antes de você ir embora eu quero te dizer quê.


CFA

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sete Faces.



"Eu já nem lembro pra onde mesmo que eu vou...
mas vou até o fim!"

"Eu não devia te dizer
mas essa lua
esse conhaque..."

"vai, bicho, desafinar o coro dos contentes"

"..Já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô."

Quando eu nasci,
um anjo malandro
de chapéu panamá
e sapatos brancos
me guiou
pelo mundo de bambas,
me largou
entre acordes de sambas,
nas levadas de um batuque forte
dos terreiros de homens de sorte
que cantam a vida
pelas esquinas
aliviando o pranto
de paixões e partidas,
transformando em melodia
o pensamento
vivendo e sonhando
ao mesmo tempo...



Torto, Chato, Barroco, Louco, Esbelto ou Malandro.
de Drummond, de Chico, de Latuf, de Torquato, de Adélia e de muitos outros - vastos corações.


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