quarta-feira, 12 de maio de 2010
não me quero santa.
"Tenho medo de ter me transformado demais nos últimos meses. Faz tempo (...)Perdi minha distração, perdi qualquer coisa de doce, qualquer coisa de flor... talvez tenha sido melhor assim, acabar com tanta coisa, perder, mandar ás favas a tola ilusão de que tudo poderia ser diferente, mandar ás favas qualquer tola ilusão. Arrumei uma caixa bem grande pra socar ali toda a minha mania de querer sentir mais do que posso, de esperar sempre o melhor das pessoas... A última vez que eu chorei de verdade, eu lembro, foi numa tarde de dezembro. Eu senti tanta raiva que, por descuido, topei o braço direito na porta com muita força. Criou um roxo e doeu por semanas... Nesse dia eu percebi que eu só machucava a mim. Sempre. No acalento as vezes se consegue ir mais longe até chegar ao coração das pessoas. Mas algumas pessoas não tem coração. Procuro algum embrutecimento, qualquer coisa em mim. Nao me quero santa. Vejo alguns mesmos amigos, frequento os mesmos bares, sorrio para as mesmas pessoas, algumas mesmas pessoas, as mesmas que sempre sorriram pra mim... Eles perderam qualquer coisa de graça, qualquer coisa de cor...Me sinto desconfortável, desajeitada, mas não consigo, nem sinto vontade de transformar alguma coisa...."
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